Governo federal libera recursos para VLT
Novo VLT do Centro terá seis linhas, 26 Km em
vias e 42 estações que conectam rodoviária, ônibus, barcas, trens, BRTs e
aeroporto
Veículo Leve sobre Trilhos e BRTs farão parte do Bilhete Único / Foto:J. P. Engelbrecht
A presidenta Dilma Rousseff e o prefeito Eduardo Paes
anunciaram no dia 21 de março investimentos em mobilidade urbana no Rio
de Janeiro em visita oficial à cidade. A União vai liberar R$ 1,63
bilhão em recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da
Mobilidade para o corredor expresso de BRT (Bus Rapid Transit) da
Avenida Brasil, a Transbrasil, e para o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos)
do Centro. A Transbrasil vai ligar Deodoro ao Aeroporto Santos Dumont
pela Avenida Brasil, passando ainda pelas avenidas Francisco Bicalho e
Presidente Vargas - área do Porto Maravilha. Essa obra é orçada em R$
1,3 bilhão - o Governo Federal vai financiar R$ 1,129 bilhão, e a
Prefeitura entrará com R$ 171 milhões de contrapartida. No caso do VLT,
que encontra a Transbrasil, o custo é de cerca de R$ 1,1 bilhão. O
financiamento federal será de R$ 500 milhões, e o restante será
viabilizado por meio de uma PPP (Parceria Público-Privada).
O VLT do Centro traz ao Rio o conceito de transporte
público integrado, conectando estações de metrô, trens, barcas, BRTs
(Bus Rapid Transit, o "Ligeirão"), redes de ônibus convencionais e
aeroporto. O sistema terá 42 estações, seis linhas e 26 km em vias, de
ida e volta. A distância média entre as estações é de 400 metros. Cada
vagão comporta até 450 passageiros, e o tempo máximo de espera entre um
trem e outro varia de 5 a 15 minutos, de acordo com a linha.
Durante o evento de anúncio do financiamento, o
prefeito explicou a lógica e o traçado dos BRTs. "Vamos ter uma rede de
transporte que se fala. Até o fim de 2013, o sujeito vai pegar esse
ônibus bonito, com ar-condicionado e Bilhete Único", descreveu, para, em
seguida, comentar diretamente com o governador do Rio, Sergio Cabral, a
importância da transformação do sistema de transportes. "Todos os BRTs
vão chegar ao Centro, Cabral, que vai ser um lugar em que as pessoas vão
chegar com toda dignidade. Tudo integrando com trem, com metrô, com
VLT", acrescentou.
Em seu discurso, Dilma Rousseff definiu que a obra
não é uma obra de mobilidade, mas com alcance na qualidade de vida do
brasileiro. "Não estamos fazendo só uma obra de transporte. Estamos
mudando a realidade do Rio de janeiro no que se refere à convivência das
pessoas. A ida para casa e tempo disponível até para o lazer. Nas
grandes cidades, é muito difícil se viver, porque as pessoas perdem
muito tempo no deslocamento em serviços precários", ponderou a
presidenta. Segundo ela, a integração dos diversos modais deve ser
considerada como uma das melhores práticas de transporte urbano do
Brasil. "Iremos levar para outros governos estaduais e prefeituras",
adiantou.
VLT passará pela Estação Central do Brasil
O modelo integrado foi concebido para melhorar o
trânsito da região central da cidade, em planejamento voltado à redução
da circulação de ônibus na área. As ruas da Região Portuária já
começaram a ser preparadas para receber o chamado "bonde moderno". A
primeira etapa de instalação do novo transporte será concluída em 2014,
para a Copa do Mundo, com duas linhas em funcionamento. As outras quatro
entram em operação até 2016, para absorver o movimento dos Jogos
Olímpicos. "O VLT vai passar por regiões que hoje não dispõem nem de
ônibus. O projeto interliga todos os modais de transporte da região:
rodoviária, barcas, aeroporto, estações de metrô, a Central do Brasil, o
teleférico da Providência e o trem de alta velocidade (trem bala)",
explica Jorge Arraes, presidente da Companhia de Desenvolvimento Urbano
da Região do Porto do Rio de Janeiro (Cdurp), empresa criada pela
Prefeitura do Rio para coordenar a operação urbana Porto Maravilha.
Tecnologia será usada pela primeira vez no Brasil
No Brasil, não há nada parecido com o futuro VLT do
Rio. Mesmo no mundo, o modelo é inédito. Os trens não têm fios
superiores em rede aérea e são alimentados por duas fontes de energia.
Haverá um terceiro trilho energizado em alguns trechos e nas paradas. A
cada frenagem, também há geração de energia - que será armazenada por um
equipamento chamado supercapacitor. Essas tecnologias já são utilizadas
no mundo, mas somente em separado.
O que ainda não existe é a combinação desses dois
sistemas, conferindo segurança e economia. Outra vantagem dos veículos
leves é a inserção no sistema viário sem exigência de grandes
desapropriações, já que eles se utilizam, preferencialmente, de vias
secundárias ou exclusivas de pedestres. O projeto contempla
acessibilidade aos portadores de deficiência física em todos os vagões e
exige a instalação de ar-condicionado. O preço da tarifa ainda não foi
definido, mas o sistema fará parte do Bilhete Único.
Última atualização: 22/03/2011
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