quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Dilma 2010?!


Para que servem essas pesquisas de intenção de voto realizadas com tanta antecedência em relação à eleição presidencial?
Primeiro, servem para consumo interno. Vão consolidando os nomes dentro dos partidos, afastando os possíveis concorrentes, atraindo financiadores. E mantêm o nome do candidato na mídia e no imaginário coletivo.
Segundo, servem para orientar os marqueteiros, em termos de correção de rumo, alterações no perfil do candidato, mudanças na aparência: penteado, gestual, dicção, guarda-roupas. A ministra Dilma Roussef já substituiu os óculos por lentes de contato e clareou o cabelo, para parecer menos dura, mais simpática.
Mas os dados da última pesquisa Datafolha mostram algumas curiosidades. Por exemplo, as intenções de voto em Dilma cresce à medida em que os eleitores são mais escolarizados e com renda familiar maior.
Ou seja, por enquanto a ministra está descolada da base de apoio do presidente Lula, que fica majoritariamene entre os menos escolarizados e com menor renda.
Já o governador José Serra se sai melhor na base de apoio do presidente Lula e vai perdendo intenção de voto conforme sobem a escolarização e a renda familiar do eleitor.
Ciro Gomes e Aécio Neves ainda não estão fora do jogo, mas precisam crescer um pouco mais. Ciro precisa "sair" do Nordeste e Aécio precisa "sair" do Sudeste.
Não é nada, não é nada, por enquanto não é nada mesmo. Só espuma.
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Enviado por Lucia Hippolito -
8.12.2008
17h57m
projetos que não saem do papel


A novela das agências reguladoras
O projeto de lei das agências reguladoras foi para o congresso em 2004. E por que é importante ter uma lei geral para as agências?
Porque essas entidades foram sendo criadas, cada uma com sua lei, e acabaram exercendo funções diferentes. Existem agências que formulam a política do setor, o que não é atribuição delas. Quem tem que formular a política do setor é o Poder Executivo.
Outras agências apenas fiscalizam o setor. Mas há ainda agências que não fazem nem uma coisa nem outra. O trágico episódio com o avião da TAM exibiu a fragilidade completa da Anac, por exemplo, que não fazia nada. Não formulava, não regulava. E pior: tinha sido capturada pelos interesses das empresas que deveria fiscalizar.
Para normalizar esta situação e padronizar a atuação das agências, o Executivo enviou um projeto ao Congresso. Mas inicou-se imediatamente uma queda de braço entre o governo e a oposição e, também, entre setores do governo.
Porque há setores do governo Lula que consideram que as agências constituem uma espécie de terceirização das funções do governo e gostariam de reestatizar certas atribuições que hoje estão com as agências.
A ministra Dilma, por exemplo, sempre foi contra as agências e era um poderoso obstáculo à aprovação da lei.
Agora a ministra está mais aberta a discussões sobre privatizações, concessões e terceirização. Outros setores, também no governo e mesmo na oposição, consideram que as agências são importantes, e que precisam apenas de uma padronização.
O fato é que o projeto de lei geral das agências empacou na Câmara e de lá não sai.
Isto significa que uma série de investimentos privados não podem acontecer. Como atrair investimento pesado do setor privado, nacional ou estrangeiro, se o empresário não tem a garantia da estabilidade das regras, se ele não tem a garantia de que há uma agência independente do governo, que é uma agência do Estado, para fiscalizar isso?
Agora, a Câmara diz que vai discutir a sério o projeto das agências, porque há um grande debate no país sobre privatização de aeroportos. Privatiza. Não privatiza. Dá concessão, não dá concessão a alguns aeroportos.
O presidente da Infraero, por exemplo, já pediu demissão porque se declarou contra a privatização. Mas o importante é, se vamos privatizar certos aeroportos como Viracopos ou o Tom Jobim, que precisam de reformas, ampliação, é preciso garantir a estabilidade das regras. Ora se a agência não funcionar como reguladora do setor aeroportuário, essa estabilidade não está garantida.
Resultado: o empresário não põe seu dinheiro. Já não punha no tempo da bonança, imagine agora, com crédito mais curto, investidores mais cautelosos, dinheiro mais arisco.
Assim, a lei das agências reguladoras não é um mero projeto de lei que precisa ser votado. É toda uma expectativa do país, de futuro regulado, que está na gaveta desde 2004.

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