terça-feira, 15 de novembro de 2011

Negócio formal mais perto das comunidades. Economia Solidária!!


                 Economia Solidária!

""Negócio formal mais perto das comunidades.

Mais de 1,7 mil saíram da informalidade nas UPPs, mas falta de capacitação e crédito desafiam sua sobrevivência.

Mariana Durão
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Cristiano Rocha, dono da pizzaria Du Gui, no Borel, que está abrindo filial no Grajaú
Cristiano Rocha, dono da pizzaria Du Gui, no Borel, que está abrindo filial no Grajaú  
Eduardo Naddar / Agência O Globo
Quase dois anos após o início da instalação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), a formalização ainda é uma realidade distante para a maioria dos pequenos comerciantes das favelas do Rio. Se em toda a cidade 70% da economia são de origem informal, nas comunidades (pacificadas ou não), o índice chega a 90%. Levar a presença do Estado para além da ocupação territorial continua sendo um desafio, mas a Prefeitura do Rio comemora os resultados do Empresa Bacana. Em um ano e meio, o programa formalizou 1,7 mil negócios em 12 das 19 áreas pacificadas. A meta agora é avançar em favelas recém-ocupadas, caso de Mangueira e Rocinha, e voltar às demais para garantir a sobrevivência de seus empreendedores.
Parceria do Instituto Pereira Passos (IPP) com o Sebrae-RJ, o mutirão ajuda donos de antigos comércios locais, como salões, bares e mercearias, a tirar o CNPJ e conseguir o alvará municipal. A mudança para o status de Empreendedor Individual (EI) significa a inclusão no sistema de Previdência Social e a possibilidade de vender para outras empresas, além de facilitar negociações com fornecedores.
Negócios em UPPs terão censo em 2012
— Em alguns territórios, praticamente dobramos o número de empreendimentos formalizados. Pode ser pouco do ponto de vista absoluto, mas do ponto de vista relativo é significativo — diz Ricardo Henriques, presidente do IPP, que responde também pelo projeto UPP Social.
Henriques diz que o Empresa Bacana está em fase de ajustes para atuar mais na pré e pós-formalização. Primeiro, sensibilizando moradores das vantagens jurídicas e econômicas de aderir. Depois, acompanhando e dando subsídios para que seus negócios não entrem na lista dos que voltam para a informalidade. Para isso o Sebrae criou iniciativas como o "Me formalizei. E agora?", com oficinas como planejamento financeiro e técnica de vendas.
Dono da Pizzaria Dugui, no Borel, Cristiano Rocha viu seu negócio crescer após a pacificação da favela. Em alguns fins de semana ele entrega até cem pizzas por dia, 80% para moradores da Tijuca. Aos 32 anos, ele conta que optou por se formalizar para conseguir uma máquina de cartão de crédito e atender melhor às encomendas do asfalto. Mas reclama da dificuldade em obter crédito como Empreendedor Individual:
— Preciso de R$ 15 mil para reformar a loja e começar a servir rodízio de pizza, mas o banco não aprova o empréstimo. Meu limite de crédito é maior na minha conta pessoal.
Na análise de Henriques, do IPP, o desenvolvimento do microcrédito produtivo orientado depende menos de recursos — já que parte do compulsório é destinado a ele — e mais da criação de uma cultura bancária voltada ao pequeno empreendedor. Ele destaca que a ascensão das classes C e D abriu um grande mercado consumidor para as microempresas, um mercado de grande potencial mas pouco alavancado.
— Indiretamente, o crediário de grandes lojas funciona como crédito à produção do pequeno empreendedor. Para competir, o banco terá que investir muito no agente de crédito que fideliza o tomador e trabalha no aval solidário — diz Henriques.
Coordenadora de programas do Sebrae-RJ em comunidades pacificadas, Carla Teixeira, diz que faltam dados precisos sobre o empreendedorismo nas favelas. Hoje, a ação do governo se baseia em dados do censo empresarial do PAC em Manguinhos, Alemão e Rocinha. Uma pesquisa encomendada pelo Sebrae ao Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets) pretende responder a perguntas como perfil de clientes, fornecedores, gastos e serviços utilizados pelos empresários locais. O resultado de entrevistas com quatro mil pessoas sai em junho de 2012. Já a pesquisa qualitativa tentará apurar o potencial empreendedor dos jovens, casos de sucesso e o impacto da UPP nos negócios.
— Vamos mapear vocações e oportunidades de negócios nas comunidades, que podem ganhar polos nos moldes dos bairros da Lapa e de Botafogo — diz Carla.

Rio ganha linha estadual de microcrédito: Investe-Rio vai liberar R$ 1 milhão

A Secretaria estadual de Trabalho e Renda e a Investe-Rio assinam hoje, em evento da Semana Global do Empreendedorismo, no Circo Voador, um convênio para a oferta de crédito a microempreendedores. A linha terá R$ 1 milhão em recursos da agência de fomento, para capital de giro e investimentos em ampliação.
A ideia nasceu da constatação de que a busca de crédito junto ao sistema financeiro ainda é um entrave, diz o secretário de Trabalho, Sérgio Zveiter:
— A preocupação é com a geração de emprego e renda e formalização dos negócios, em especial nas UPPs.
Os postos do Sistema Nacional de Emprego (Sine) farão o cadastro preliminar para a contratação dos empréstimos, que irão de R$ 300 a R$ 6 mil. Os juros variam de 1,25% a 1,30% ao mês, com prazo de até 12 meses. A meta é estimular pequenos negócios como salões de beleza, bancas de jornais e padarias. Mas informais como camelôs também podem se candidatar. As garantias serão dadas por fiador ou aval solidário.""

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