terça-feira, 10 de agosto de 2010

Lula,por ele mesmo.




'Presidente defende, em entrevista à IstoÉ, frente ampla por reforma
política'



Construir uma ampla frente pela reforma política no País e trabalhar pela
exportação dos bons resultados das políticas sociais brasileiras para países
da América Latina, Caribe e África são duas das prioridades do presidente
Lula para quando deixar o governo, a partir de janeiro de 2011, segundo o
próprio revelou em entrevista exclusiva à revista IstoÉ publicada na edição
desta semana. Lula voltou a negar que pretenda se candidatar a um cargo na ONU
ou no Banco Mundial, e afirmou ainda que o principal legado que leva dos oito
anos que comandou o País é a relação que estabeleceu com os movimento
sociais.
Todas as políticas públicas que nós colocamos em prática é resultado de
milhares de pessoas participando nos municípios, nos estados, até chegar aqui.
Então, esse é o legado que eu acho que nós vamos deixar, que nenhum
presidente vai ter coragem de mudar, nenhum presidente.
Na entrevista, que ganhou a capa da revista, o presidente Lula falou ainda de
sua popularidade, de eleições presidenciais, Irã, Oriente Médio e reforma da
ONU. Selecionamos alguns dos principais trechos da íntegra da entrevista,
confira:

Frente ampla para reforma política
Quando eu deixar a Presidência eu vou ter 65 anos, eu ainda tenho muita
contribuição para dar, ainda tenho muita contribuição para dar ao país. Eu
sonho na construção de uma frente ampla no Brasil, juntar forças políticas
aqui, construir um programa comum, fazer reforma partidária, que eu acho que é
condição sine qua non para a gente poder mudar em definitivo o Brasil. Nós
temos que ter uma reforma partidária, e isso não é coisa, não é coisa de
presidente da República, isso é coisa dos partidos políticos. E eu pretendo,
de fora, ajudar o meu partido a organizar, com os outros partidos políticos, a
ideia da reforma política.
Popularidade e vida pós-governo
Eu não estou pensando isso ainda. Eu tenho me recusado a discutir o que eu vou
fazer e como vou fazer depois que eu deixar o mandato, porque eu não sei o que
eu vou sentir. O meu medo, o meu medo é tomar uma atitude precipitada do que eu
vou fazer, montar alguma coisa, e depois de seis meses eu descobrir que não era
aquilo que eu queria fazer. Então, eu acho que quem deixa um mandato como eu
vou deixar, numa situação, graças a Deus, muito confortável, tem que dar um
tempo de maturação. Eu preciso de um tempo, quem sabe, quatro, cinco ou seis
meses.
Legado
Olha, eu acho que o legado mais importante que eu vou deixar foi a relação
que eu estabeleci com a sociedade. Eu, no meu governo, fiz 72 conferências
nacionais. Fiz conferência de GLBT, fiz conferência de política, fiz
conferência de comunicação, conferência de portador de deficiência física,
conferência de hanseniano, conferência de negro, conferência de índio,
conferência de tudo que você possa imaginar; conferência das cidades,
conferência dos sem-teto, conferência de catador de papel. Todas as políticas
públicas que nós colocamos em prática é resultado de milhares de pessoas
participando nos municípios, nos estados, até chegar aqui. Então, esse é o
legado que eu acho que nós vamos deixar, que nenhum presidente vai ter coragem
de mudar, nenhum presidente.

Tem muitas coisas que me emocionam, porque foi um processo educativo, de a
gente teimar que era possível fazer e a gente poder provar o seguinte: o
Palácio de um governo não é apenas para receber príncipe, rainha ou
presidente, é para receber do pé descalço ao cara que está de sapato alto. E
essa foi a coisa rica do governo, ou seja, os sem-teto entrarem lá dentro e
chorar, os cegos entrarem lá dentro, aprovar aposentadoria para hansenianos,
que ficaram mais de 30 anos em colônia, e beijar cada um, e eles chorarem,
porque nunca um presidente tinha encostado perto deles, possivelmente de nojo.
Então, eu acho que esse é o grande legado.

Orgulho de ser PeTista!!

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