Hidrelétrica de Tucuruí, no Pará: a matriz energética brasileira é majoritariamente renovável, o que agrega valor ao país
Fabio Rossi / Agência O Globo
BRASÍLIA E NOVA YORK. O governo brasileiro está se preparando para
usar indicadores inéditos de sustentabilidade. Entre eles, uma espécie
de novo Produto Interno Bruto (PIB), a partir do qual será possível
saber, no futuro, quanto do capital ambiental do país foi usado para
produzir riquezas. O novo parâmetro deverá ajudar a dirigir as políticas
públicas, segundo disse ao GLOBO a presidente do IBGE, Wasmália Bivar,
que comanda parte dos estudos que estão sendo feitos seguindo
recomendações da Organização das Nações Unidas (ONU). A chamada conta
ambiental vai considerar os patrimônios de água, florestas e energia.
A
expectativa na ONU é que a Rio+20 impulsione o conceito do PIB verde e
dissemine o uso de ferramentas para medir o progresso em termos de
sustentabilidade. O objetivo é construir um modelo internacional que
leve em conta o capital natural de cada país e complemente o PIB, criado
em 1939, sem substitui-lo.
— Hoje as pessoas acreditam que o PIB
não é mais suficiente para medir o avanço social — disse o
secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Durante a Rio+20, o governo
brasileiro dará o primeiro passo para a construção do seu PIB da
sustentabilidade. Vai publicar portaria interministerial do Planejamento
e Meio Ambiente criando um grupo para calcular a chamada conta da água.
O indicador será montado com o IBGE e a Agência Nacional de Águas
(ANA). As contas para florestas e energia virão em seguida.
— A
novidade deve ajudar o Brasil na competição no mercado internacional. É
falsa questão dizer que o país não pode crescer sem comprometer o
patrimônio ambiental — diz Wasmália, lembrando que o indicador vai
funcionar também como um selo para os países e que o Brasil será
beneficiado por ter um capital ambiental monumental.
O Banco
Mundial (Bird) e o departamento de estatísticas da ONU trabalham há dez
anos na criação de instrumentos para se medir o progresso em termos de
sustentabilidade. O novo sistema, chamado SEEA (sigla em inglês para
sistema de contas econômicas e ambientais), tornou-se norma
internacional em fevereiro passado, e vários países já começaram a
aderir à metodologia voluntariamente, sem esperar o longo processo de
negociação coletiva dos 193 países-membros da ONU.
— Dizemos há
algum tempo que é preciso enxergar mais longe do que o PIB, pensar em
valores para recursos naturais — disse Yuvan Beejadhur, consultor do
Bird na ONU.
Em uma reunião em Botswana na semana passada, países
africanos lançaram a meta de conseguir a adesão de 50 governos até a
Rio+20. A ideia é lançar oficialmente as discussões sobre o PIB da
sustentabilidade, assim como os objetivos de sustentabilidade (nos
moldes dos objetivos do milênio) na Rio+20.
A princípio, o Brasil
aceita que este novo PIB considere não só o fluxo de ações de
sustentabilidade (ações pró e contra), mas também os estoques (como as
reservas naturais), o que atribui vantagens ao país. Mas ainda é preciso
negociar como se dará a “valoração” dos itens considerados no
indicador. Ou seja, como somar volume de reservas de minerais com perdas
por desmatamento, e descobertas de jazidas, por exemplo. O indicador
pode aumentar ou diminuir a posição do Brasil no ranking mundial. Hoje, o
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), da ONU, tira o Brasil da sexta
posição entre as maiores economias para 84 posição no indicador social. Cinco países já calculam PIB verde
Ao
GLOBO, Glenn-Marie Lange, lider do programa WAVES (que financia as
pesquisas em diversos países) do Banco Mundial, afirma que o próprio
setor privado entendeu a importância de se desenvolver os indicadores.
Segundo
o embaixador Luiz Alberto Figueiredo, diretor da Comissão Nacional da
Rio+20 e líder do processo de negociação em Nova York, as discussões
para adoção do conceito do PIB verde na conferência do Rio estão
avançando, mas há resistências. Cinco países foram pioneiros no uso da
métrica da sustentabilidade: Costa Rica, Colômbia, Filipinas, Botswana e
Madagascar, com a ajuda de países desenvolvidos como Reino Unido,
França, Dinamarca e Austrália.
Advogado; Especialista em Politicas Públicas, Estado e Gestão: Mestre em Estado, Governo e Políticas Públicas. Um homem afável,de trato fácil, amigo, que ama viver! Flamenguista, Salgueirense, Petista até a medula,Tijucano de nascimento e Grajauense por opção.Amo o Grajaú, eta bairro mais bonito!!
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